Doença é a que mais acomete mulheres no Brasil, aponta Ministério da Saúde; Mastologista recomenda a realização do exame de mamografia, eficiente na detecção do câncer de mama ainda em estágios iniciais
A detecção precoce do câncer de mama é um dos principais fatores para aumentar as chances de cura da doença, a mais comum entre as mulheres, acometendo quase 60 mil brasileiras, por ano, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Para evidenciar a importância dos exames preventivos, é lembrado, neste domingo (5/02), o Dia Nacional da Mamografia, que tem por finalidade impactar e conscientizar as mulheres sobre o tema.
A mamografia, conforme o Instituto Nacional de Câncer (INCA), tem a capacidade de encontrar os nódulos criados pelas células cancerígenas ainda nos estágios iniciais. O mamógrafo, equipamento utilizado para a realização do exame, comprime a mama para que a imagem gerada tenha maior sensibilidade e o médico tenha condições mais apuradas para analisar o exame.
Segundo o mastologista Dr. Alexandre Vicente Andrade, do Hospital Evangélico de Sorocaba, reconhecido especialista no assunto, a mamografia consegue prevenir em 30% os casos de óbito por câncer de mama. “Quando falamos em prevenção do câncer de mama, sabemos que pouco pode ser feito. Mas, muito pode ser feito para impedir os casos de morte pela doença. Embora o autoexame seja aconselhável, não há qualquer evidência científica de que sua prática seja efetiva em diminuir a mortalidade”, analisa.
O tratamento do câncer de mama, explica o médico, é realizado em dois estágios, basicamente: o primeiro combate à doença, na região infectada pelos tumores e pode ser feito com radioterapia ou cirurgia. No segundo, os médicos previnem o processo de metástase, ou seja, a disseminação da doença em outros locais do organismo. O histórico familiar é um fator considerável para o aumento do risco do desenvolvimento da doença, informa Dr. Vicente. “A presença de mulheres com câncer na família, principalmente em idade mais jovens, é um alerta. Outros fatores de risco estão relacionados ao histórico obstétrico, ginecológico e, principalmente, à obesidade”, elucida.
O mastologista explica, ainda, que, apesar de o câncer de mama poder ser fatal, a taxa de mortalidade pela doença não é das mais altas, assim como o câncer de pulmão, por exemplo, já que a maioria das mulheres é curada com o tratamento adequado. No entanto, a incidência da doença aumenta com o avanço da idade. “Com o passar dos anos, cresce a chance de acúmulo de mutações no genoma, que, em longo prazo, podem alterar a função celular, condição para o surgimento dos tumores malignos”, detalha.
O quadro sintomático do câncer de mama se manifesta, fundamentalmente, na aparição de nódulos, conta Dr. Vicente. Outras características podem ser: a retração da pele ou do mamilo; saída de líquido espontaneamente pelo mamilo ou nódulos na região da axila. “Quando não palpável, a doença pode se manifestar em exames radiológicos, como a mamografia. Por isto, a importância de realizar o exame constantemente”, adverte.
Humanização
A mamografia é um exame que causa certo desconforto. O tratamento do câncer, contudo, pode ser bastante invasivo, já que é comum as mulheres precisarem retirar a mama, devido ao desenvolvimento da doença. Por isto, o atendimento humanizado das pacientes tem ganhado cada vez mais relevância, já que todo o processo de cura tende a afetar também o psicológico.
O diretor-superintendente do Hospital Evangélico de Sorocaba, Marcello Burattini, relata que o hospital investe na capacitação das equipes envolvidas nesses procedimentos, para que consigam orientar a paciente e deixá-la confortável em relação ao exame, mantendo a filosofia de ser do hospital, que tem como alicerce o atendimento humanizado e a excelência na prestação dos serviços. “É um momento delicado, mas que, se conduzido do modo correto, ocasiona o bem-estar da paciente e, consequentemente, um exame mais adequado e assertivo”, finaliza o gestor.
-- Q Notícia
Nenhum comentário:
Postar um comentário