quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Taxa de inadimplência das empresas fecha 2016 com crescimento de 3,3%

Cenário atual da economia e má gestão impactam nos números. Alta afeta diretamente as taxas de geração de emprego

A taxa de inadimplência do Brasil fechou 2016 com um crescimento de 3,3%, segundo dados da Boa Vista SCPC – Serviço Central de Proteção ao Crédito, que avaliou a somatória dos principais mecanismos de verificação da inadimplência empresarial: cheques devolvidos, títulos protestados e registros realizados na base da Boa Vista SCPC.
Este cenário reflete a dificuldade dos empresários em honrar suas dívidas, situação ocasionada pelo aumento da restrição de crédito e diminuição da potência da economia, motivada pelo crescimento da inflação e das taxas de juros.
Entretanto, apesar da atual situação política e econômica do país, o aumento da taxa de endividamento das empresas também é reflexo, em muitos casos, de falhas na gestão financeira, podendo impactar em todos os setores da economia.
Segundo o consultor financeiro Vitor Rosa, diante da influência da situação política e econômica do país, uma gestão correta dos negócios impactará no não endividamento da empresa. “É necessário antecipar-se a estes e outros fatos, que possam influenciar a saúde financeira da empresa. Por isso, é importante possuir ferramentas de gestão financeira tais como: fluxo de caixa, demonstrativo de resultados – DRE, e, principalmente, saber como fazer o uso destas ferramentas para o controle e monitoramento de suas finanças, evitando que seja pego de surpresa pela ‘crise’”, afirma Rosa.

O crescimento da taxa de endividamento possui um impacto alto na gestão dos negócios, visto que a empresa pode ter seu nome negativado, o que prejudica suas operações. Em uma situação em que o empresário depende de capital de terceiros, como por exemplo bancos e fornecedores, para financiar seu capital de giro, a inadimplência pode consequentemente diminuir a capacidade produtiva da empresa.  

Impacto das micro, pequenas e médias empresas preocupa 
Devido a participação expressiva na economia, as micros, pequenas e médias empresas que estão enfrentando problemas de gestão financeira, provavelmente não terão margem (sobra de caixa) para superar este momento, ocasionando em cortes de gastos, passando inclusive por cortes salariais, que podem ser oriundos do fechamento de vagas, cancelamento de novas contratações ou demissão de colaboradores.

Por isso, alerta o especialista, é de suma importância que o empresário faça um levantamento geral das dívidas da empresa, por meio de um diagnóstico real das finanças, visando identificar quais são os valores e o grau de concentração dos credores; quais são as dívidas de maior custo em relação as taxas de juros e, se necessário, solicitar uma renegociação. 

Neste momento, a transparência e o diálogo do empresário, fará toda a diferença para a obtenção do sucesso nesta negociação.  A partir deste diagnóstico, o empresário deve fazer a simulação dos possíveis cenários que a empresa pode ter nos próximos meses, de preferência 12 a 24 ou dependendo do segmento, 36 meses. Esta simulação, deve ser a mais realista e conservadora possível, inserindo a programação de pagamento destes credores no fluxo de caixa do período que vigorará a negociação, avaliando, posteriormente, se é possível o pagamento das parcelas.  

“O empresário necessita desenvolver um novo padrão de comportamento para antecipar-se diante da crise, desenvolvendo um planejamento financeiro completo, levando em consideração a análise do mercado em que a empresa está inserida até a sua capacidade de inovação, para não ser pego de surpresa”, finaliza.

-- OS2 Comunicação

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